Obstrução Intestinal Maligna
AVALIAÇÃO INICIAL
A obstrução intestinal maligna normalmente se associa à sobrevida limitada (média de 10 semanas). O objetivo do tratamento deve ser oferecer qualidade de vida ao paciente e o envolvimento multiprofissional é essencial para garantir esse objetivo.
Deve-se realizar exame de imagem (raio-x, TC abdominal com contraste oral e endovenoso) e exame retal para excluir impactação fecal.
Excluir outras causas de obstrução não neoplásica
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Neuropatia paraneoplásica
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Constipação crônica
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Disfunção intestinal relacionada à Morfina
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Íleo adinâmico
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Doença inflamatória intestinal
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Desidratação
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Trombose mesentérica
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Brida e complicações radioterápicas
Lembrar: Intervenções cirúrgicas devem ser discutidas levando em consideração as vontades pessoais do paciente, o tipo de procedimento indicado e o índice de desempenho do paciente. Mesmo procedimentos simples (como ostomias percutâneas), intervenções endoscópicas ou ressecções multiviscerais podem se tornar fúteis e aumentar a mortalidade e morbidade.
Fatores de risco para complicações relacionadas à procedimentos cirúrgicos
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Câncer intra-abdominal difuso, com mais de um ponto de obstrução.
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Massa intra-abdominal difusa e palpável
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Ascite volumosa
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Doença metastática extra-abdominal, mesmo que assintomática
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Pacientes frágeis, idosos com performance reduzida ou desnutridos
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Radioterapia abdominal ou pélvica prévia
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Obstrução intestinal múltipla em intestino delgado
MANEJO NÃO FARMACOLÓGICO
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Manter o paciente em jejum absoluto (NPO), sobretudo no período agudo (2 a 3 dias ou até melhora sintomática)
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Após o período agudo, pode-se oferecer cubos de gelo ou pequenas quantidades de comida ou bebida conforme aceitação
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Cuidados frequentes com a boca são essenciais – umidificar mucosa oral, utilizar enxaguantes bucais, escovar os dentes
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Evitar o uso exacerbado de antieméticos – sedação pode aumentar o risco de aspiração
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Considerar hidratação IV ou SC para pacientes desidratados que não estejam na iminência da morte
Intervenções não farmacológicas
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Considere o uso de sonda nasogástrica (SNG) para alívio inicial dos vômitos ou se refratariedade às medidas farmacológicas. A SNG normalmente não é tolerada por longos períodos, mas pode ser preferível aos vômitos incoercíveis ou fecaloides.
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Pacientes magros podem se beneficiar de gastrostomia para alívio sintomático, sobretudo em casos de obstrução gastroduodenal ou jejunal
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A nutrição parenteral total (NPT) é apropriada para apenas um pequeno grupo de pacientes. A NPT é reservada para pacientes com prognóstico longo. As vantagens desse tratamento devem ser discutidas
MANEJO FARMACOLÓGICO
Pacientes com obstrução intestinal maligna normalmente apresentam dor, náusea e vômitos. O objetivo do tratamento é minimizar ou erradicar esses sintomas e, se possível, permitir a desobstrução da luz intestinal o mais rapidamente possível.

A Dexametasona deve ser administrada em sítio exclusivo, por risco de incompatibilidade com outros medicamentos e risco de irritação local